Análise: Globo presta desserviço, recua e faz a alegria de preconceituosos

Que a Globo é a emissora brasileira que mais promove inclusão entre as minorias, isso é histórico e está registrado. Entretanto, nos últimos dias, a emissora tem recuado, surpreendentemente, e prestado um desserviço em cima de um assunto que sempre ajudou a promover: o combate à homofobia.

Até aqui, ao menos, foram seis decisões que escondem conteúdos ligados à causa LGBTQIA+ em suas produções. Vai na Fé escondeu três beijos gays e Aruanas camuflou duas cenas quentes entre mulheres.

Sem contar, ainda, a decisão de jogar o especial ‘Falas de Orgulho’ que chegou a ser exibido após a novela das nove, onde há um maior número de televisores ligados, para a madrugada. O conteúdo irá ao ar após Tela Quente, em 26 de junho.

As mudanças repentinas na tratativa com pautas inclusivas ocorrem, coincidentemente, com a mudança de comando no entretenimento e dramaturgia da TV Globo. Ricardo Waddington já concluiu a transição de cargo para Amauri Soares, no fim de maio.

O comando da emissora precisa esclarecer, tão logo, o motivo que a fez recalcular a rota de forma abrupta em tão pouco tempo.

BOA NOVELA, VAI NA FÉ TERÁ MARCA IMPERDOÁVEL

Vai na Fé é a melhor novela produzida até aqui, em 2023. A trama vem registrando recordes de audiência e superando, em alguns dias, a faixa de 30 pontos, em algumas praças, como o Rio de Janeiro. Trata-se do produto televisivo mais assistido no país.

O público não merece cortes secos, mal construídos e subliminares como vêm sendo entregue. Os atores, que se dedicaram a entregar tudo o que podem em cena, certamente, já deram o sinal da frustração de tamanha censura em pleno 2023.

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A aceitação da trama por um público religioso neopentecostal não pode ser entrave em cima de pautas progressistas.

Desta forma, Vai na Fé desperdiça o foco da inclusão e convivência com diferenças em troca de manter tudo de errado que se encontra na confusão que alguns insistem em camuflar homofobia com religião. Nem mesmo outras religiões aparecem tanto na trama, como sugerido, anteriormente.

Lamentável que algo tão bem feito como a trama de Rosane Svartman caminhe para o fim com esta mancha e com o selo de “preconceituosos passarão”.

A autora, o público e a história da TV Globo não merecem.

O que você precisa saber, em resumo:

  • Primeiramente, em 10 de maio, a Globo corta um beijo entre as personagens Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman);
  • Em seguida, em 17 de maio, a emissora reduz um beijo quente entre as personagens Ivone (Elisa Volpato) e Olga (Camila Pitanga); na exibição de Aruanas na TV aberta. No Globoplay, a edição foi mais intensa;
  • Mais à frente, em 24 de maio, um segundo corte seco de um beijo gay entre Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), em Vai na Fé;
  • Em 30 de maio, uma cena quente íntima, entre as personagens Ivone (Elisa Volpato) e Olga (Camila Pitanga), na exibição de Aruanas na TV aberta, foi editada;
  • Em 3 de junho, Yuri (Jean Paulo Campos) e Vini (Guthierry Sotero) tem uma cena de beijo gay censurada em Vai na Fé;
  • Em conclusão, o especial Falas de Orgulho é jogado para a madrugada. A atração tinha previsão de ir ao ar após a novela das nove, como ocorrido, anteriormente.
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Imagem [capa]: Reprodução / TV Globo

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