Globo Esporte trata futebol como “imobiliária” em pauta sem noção para convencer “João sem time”

Diz o ditado que “na TV nada se cria” e tudo se copia. Só que há uma segunda profecia que pode ser incluída na tentativa de gerar conteúdo: “vamos morrer e de tudo não vamos ver”. Em uma tentativa sem noção, o Globo Esporte Rio vem propondo ao público acompanhar uma série de reportagens onde um rapaz, que diz não torcer para nenhum time no Rio de Janeiro, deve ser convencido por torcedores a se tornar rubro-negro, tricolor, vascaíno ou alvinegro.

A produção é tão esquisita que o esportivo arquitetou uma espécie de “guia turístico” onde João, um rapaz que se diz sem time e morador da zona norte, aprecie a sede, o salão de troféus e a história dos quatro grandes clubes do Rio.

De casa, a impressão de quem assiste é que os torcedores fanáticos dos clubes estão agindo como uma espécie de corretores imobiliários na tentativa de vender o melhor imóvel na avenida Vieira Souto, na zona sul do Rio. Algo do tipo: o que melhor temos para oferecer na cidade a respeito de futebol, comparado a um dos endereços mais caros da cidade.

O “João sem time”, como é apresentado na reportagem, é uma espécie de “cândido / castro” do futebol carioca, apesar de ser morador do Rio de Janeiro. A própria matéria do GE diz que João sabe “quase nada de futebol”.

Tentando vender seu peixe, os fanáticos ainda têm que ouvir perguntas do pautado ilibado sobre dúvidas a respeito das histórias dos clubes e, quem sabe, ser convencido a adotar a torcida para um dos clubes cariocas.

Nesta sexta-feira (13), “João sem time” foi apresentado à estátua de Roberto Dinamite, falecido no último domingo, como maior jogador da história do Vasco:

“Escutei falar muito dele”, respondeu João, deixando claro seu raso conhecimento futebolístico. Além de São Januário, “João sem time” visitou o Fluminense, o Flamengo e, em breve, irá ao Botafogo.

Início de ano, pautas frias acabam fazendo com que os jornais esportivos recorram ao “vai e vem” do mercado, Copinha, futebol internacional e material de gaveta. Um verdadeiro “se vira nos trinta” do jornalismo.

Inegável que a Globo é o que temos melhor em dramaturgia no Brasil, mas não precisa estender este talento a seus telejornais esportivos. Já tivemos experiências no passado, que sequer deixam saudades. Nem Travessia, que vive seu pior momento na faixa das nove, conseguiu nos brindar com um texto tão artificial como o que fechou a matéria em São Januário:

João sem time: “Bom gostei muito, João (xará)! O estádio é muito legal. A história do time é muito maneira. O docinho (pastel de Belém) estava ótimo, nem se fala. Mas eu recebi um convite para conhecer outro clube, o Botafogo… Eu preciso ir lá conhecer”, encerrou a reportagem, deixando um clima de mistério no ar para qual time passará a torcer. Um suspense… maravilhoso (👀).

Os interessados nessa novelinha mambembe, podem conferir em breve o resultado.

Escolha imperdível…

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Imagem [capa]: Reprodução TV

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