Edilson Silva fala sobre estreia no Giro Esportivo e se pretende voltar à narração

Duas semanas após estrear no comando do Giro Esportivo, Edilson Silva abriu o jogo e contou sobre as mudanças na carreira nos últimos tempos. Além de comandar atualmente o principal programa esportivo da Rádio Tupi, ele deixou de narrar há quatro anos e, surpreendentemente, encarou o comando do Radar Tupi, um programa jornalístico no estilo ‘hard news’, por mais de dois anos.

Confira a entrevista, em seguida, onde Edilson Silva fala sobre estes assuntos com exclusividade.

Audiência Carioca: Sobre as mudanças na programação da Rádio Tupi, como foi a conversa para assumir o Giro Esportivo?

Edilson Silva: “As conversas foram em meia hora, quarenta minutos no máximo. Fui chamado pela presidência para uma reunião. Essa reunião acabou sendo adiada por duas vezes. A secretária disse que era para falar sobre coisas de trabalho, de audiência, neste sentido e que o presidente [Josemar Gimenez] tinha conversado com alguns apresentadores da rádio. Na sala, estavam o presidente, o vice-presidente comercial, Tuffy Habib, e nosso diretor artístico, Marcus Giacomo, e ele me falou da contratação do Sidney [Rezende] e do timaço que viria para apresentar o Jornal da Tupi e que pegaria parte do Radar.

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Então, ele resolveu acabar com o Radar, e que até poderia virar um quadro dentro do programa do Sidney, e me convidou para apresentar o Giro Esportivo, por conta da Tupi estar de olho nos números, precisava dar uma melhorada e era meu perfil. [Me perguntaram] o que eu achava de trabalhar na rádio das 22h à meia-noite. O presidente estava muito preocupado até de eu aceitar por conta do horário. Falei que estava honrado com o convite por conta de ter sido também um ouvinte do Giro e ouvi a estreia do programa na apresentação do Eraldo [Leite], em 1988, na Tupi. Fui pego de surpresa, na hora fiquei meio aéreo, mas aceitei. As horas foram passando, outro dia, caí na real e falei: ‘cacete, agora sou apresentador do Giro Esportivo’.

Comecei a ficar motivado e começamos a organizar essa estreia [em 22 de abril]… Não estava no meu planejamento. Mantive as mesmas coisas que tinham no ‘Giro’ anterior. O apresentador folga na sexta-feira, continuei folgando na sexta-feira… Apresento no domingo e faço o programa de domingo a quinta-feira, sexta-feira é minha folga. Sábado não tem o programa. Estou feliz, estou motivado. Foguete começou a subir, foguete não tem ré, e que a gente vai subir muito com esse programa”.

HARD NEWS X ESPORTE

AC: Anteriormente, você apresentou o Radar RJ, um formato mais dedicado ao jornalismo ‘hard news’ do que propriamente o esporte, segmento onde atua há anos. Foi um pedido seu, você foi atrás dessa oportunidade?

Edilson Silva: “Também fui pego de surpresa. Recebi um telefonema do nosso diretor comercial, Tuffy Habib [e ele disse]: ‘você está agora desempregado’. Falei: ‘estou, não assinei com outra TV ainda’. [Tuffy respondeu]: ‘Então, vem para cá. O presidente quer conversar com você’. Marcamos o dia e a hora. Eu vim na Tupi, tivemos uma conversa boa. O presidente [Josemar Gimenez] falou: ‘Edilson, o que você está pensando? Eu tenho um espaço no Fala Galera, no domingo, das 20h às 22h, e e eu ficaria muito feliz se você pudesse apresentar o programa’…

Estreei no Fala Galera e cinco dias depois, veio o falecimento do Luiz Ribeiro [1959-2022]. Pegou o pessoal meio de surpresa e a primeira pessoa que eles pensaram fui eu. Alguém me ligou em nome do presidente. Vim aqui, o presidente falou: ‘criei esse programa, sou jornalista, queria que você botasse energia nele. Acho que você tem o perfil para tocar esse programa aí’. Fui pego de surpresa, de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h, e fui embora… Bom, que mostrei pra todo mundo que a gente é um jornalista versátil. Trabalhamos em outras áreas, fui muito feliz nessa experiência muito bacana. Radar cresceu muito, praticamente dobrou de audiência sobre o meu comando. A gente deu cara de trânsito e jornalismo. Enfim, foi muito legal, foi muito bacana”.

DESAFIO DO RÁDIO

AC: Antes da internet, os jornais esportivos do rádio eram vistos como os que saíam na frente dos jornais, que só traziam a informação no dia seguinte. Com o advento da internet, a notícia acelerou e ganhou outra logística. Qual o desafio dos programas de rádio e seu departamento esportivo com objetivo de manter o consumo deste produto, na atualidade?

Edilson Silva: “Acho que o rádio se encontrou. No início, eu até temia. A televisão que, desde o início tinha se encontrado, agora ela começa a enveredar para um outro caminho, de streaming também. Está jogando muita coisa no streaming. Acho até que, daqui a pouco, a TV aberta vai acabar, vai todo mundo para o streaming, a TV paga. Acho que isso vai acontecer também, não sei em quantos anos, mas se encaminha para isso. O jornal impresso que não se acertou. A rádio se encontrou, claro, a coisa está invertida.

A internet tem mais velocidade que o rádio, mas o rádio ainda tem seu prestígio, sua confiabilidade. O cara que ouve uma notícia no rádio, ele acredita de verdade. Porque é verdade e essa credibilidade o rádio conseguiu conquistar. Por mais que a internet tenha velocidade, o rádio tem credibilidade na informação. O rádio tem seu público fiel e já se encontrou nesse ‘baralho’ que foi com a chegada da internet… Segundo a pesquisa [Kantar Ibope], ainda é o veículo de maior aceitação em comunicação no Brasil”.

CONCORRÊNCIA

AC: Em uma entrevista no jornal O Dia, em 2018, no lançamento do seu livro você disse que é muito atento a questão comportamental da audiência do seu público e da concorrência. Com a Rádio Globo extinguindo o Panorama Esportivo, neste horário, não existem hoje concorrentes ligados ao rádio esportivo. Você sente falta de uma concorrência forte e atuante para balizar o mercado?

Edilson Silva: “Bom, eu não peguei apresentando essa concorrência entre a Globo e Tupi. Como ouvinte, sim. Precisa de um programa concorrente para balizar o mercado? Acho que não. A Tupi já encontrou o que ela almeja e briga pelo primeiro lugar no Rio de Janeiro. Não é o segmento dela. Ela briga pela audiência no geral e esqueceu que vivia em função da Rádio Globo e a Rádio Globo, em função da Rádio Tupi. Era uma brigando com outra, eram só as duas. Hoje, a Tupi está com a visão muito mais ampla e está concorrendo com igrejas evangélicas, com público A e B e o público popular…

Com a extinção da Rádio Globo como concorrente da Rádio Tupi, fez um bem danado à Tupi. Primeiro, porque ela reuniu a ‘seleção brasileira do rádio’ [slogan que a Tupi usa para se divulgar]. Segundo, abriu o leque de concorrência e visão que a rádio tinha que ter de modo geral, não só do segmento… Em relação à concorrência no mercado na hora [do Giro Esportivo], a minha cabeça é igual à da rádio. Estou olhando os números dos concorrentes, das quatro primeiras, e a Tupi está incluída, e vendo onde é que nós vamos crescer, a quem nós temos que pegar e temos que passar. E a quem, quando e como podemos chegar ao primeiro lugar nesse horário. Esse é o meu desafio… Todo dia eu faço o programa pensando em como ganhar o jogo”.

AFINAL, VAI VOLTAR A NARRAR?

AC: Sobre a narração esportiva: você está há 4 anos sem narrar, após o fim do projeto BandNews, em 2020. Ainda pensa em voltar a narrar? Na Tupi há alguma chance de isso acontecer ou não?

Edilson Silva: “Realmente, estou quatro anos [sem narrar], depois da BandNews não narrei mais futebol. Mas foi uma opção minha. Resolvi dar um tempo porque eu trabalhava na televisão, fazia uma programa de 1h30, às vezes 2h, saía cedo de casa para trabalhar, a gente tem que trabalhar na área comercial… O futebol te prendia de 21h30 às quartas-feiras, tem ainda terça-feira, quarta e quinta. Tem sábado e domingo e você perde muito tempo nas transmissões esportivas, no futebol, e tenho que cuidar de outras coisas. Foi uma opção minha”.

AC: Na Tupi, há alguma chance de isso acontecer ou não?

Edilson Silva: “Sobre a transmissão esportiva na Rádio Tupi, eu cheguei um dia para fazer um programa [Fala, Galera] e fui convidado também para fazer outro [Radar Tupi]. Agora, fui convidado para fazer outro [Giro Esportivo]. Estou igual ao Zeca Pagodinho: ‘deixa a vida me levar’. Antigamente, tive planejamentos de fazer e não fazer. Hoje não digo: ‘não vou fazer mais’. Acho que na vida a gente não pode fazer isso. Eu não queria voltar pro rádio, voltei. Cada vez mais dentro rádio, crescendo. Deixa a vida me levar, Deus sabe onde é que eu tenho que chegar, o que é o que eu tenho que fazer, onde é que eu tenho que estar melhor e fazer melhor para quem está ouvindo”.

EQUIPE ESPORTIVA

AC: Você apostou em algumas equipes esportivas com nomes referendados do mercado, como na BandNews e na Transamérica. Por que deixou de ter equipes no rádio?

Edilson Silva: “Deixei de ter equipe no rádio para focar na televisão. Me encontrei na TV, adoro fazer programa na televisão, fiz muitos anos na Band, na CNT e outros programas, além de Os Donos da Bola… Fui segurando o rádio… Estava com uma carga [de trabalho] muito grande, tocando agência [de publicidade], apresentando programa, visitando cliente, trabalhando… Então fiquei me dedicando somente à televisão e dei uma segurada na montagem de equipe e trabalho, que realizava chefiando e liderando no rádio”.

TELEVISÃO

AC: Existe vontade ou possibilidade de voltar à televisão com alguma mesa redonda ou outro formato?

Edilson Silva: “Além do rádio, pretendo voltar à televisão, estou bem próximo. Pretendo cada vez mais fazer no Youtube o meu programa. Eu participo de vários podcasts, mas acho o modelo feito por influencer, a gente que é da televisão, esse formato é contra aquilo que eu sempre imaginei. Imagino 8K, 7K, 4K, 6K, painel com LED, com a melhor frequência possível para o telespectador enxergar bem. Me deparo com uma televisão atrás e uma mesa apresentando um programa.

Acho que é um retrocesso pra gente que está avançado na tecnologia. Mas, têm podcasts maravilhosos. Tenho feito no Youtube não é podcast. É programa de TV. Eu até comecei fazendo o Boteco do Edilson, que era um podcast, e transformei no Edilson Silva na Rede, na hora do almoço, justamente para gente ter um público fiel… Quero continuar e a cada vez mais fortalecer a hora do almoço, fazendo um programa de esportes no Youtube”, concluiu.

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Imagens: Instagram / Reprodução

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