A derrota de Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (30) deve representar um verdadeiro “recalcular de rota” para a maioria das emissoras de TV, que estão debaixo do guarda-chuva bolsonarista durante os últimos quatro anos.
Agora, o Governo Federal, um dos potenciais anunciantes do mercado televisivo, terá Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta ao maior cargo político brasileiro, o de Presidente da República.
Reproduzo a seguir um texto que fizemos em junho de 2021, readaptado ao novo tempo: Bolsonaro deixará a presidência em 31 de dezembro, repassando o posto a Lula.
A dúvida de 2021 nunca esteve tão atual: Como ficarão as emissoras de TV pró-Bolsonaro quando mudar o governo? Afinal, ainda vivemos em um período democrático, onde o poder é cíclico e, claro, um dia mudaria.
Ou alguém acreditou que algum formato de governo, bolsonarista ou não, fosse eterno?
Alguns donos de concessão adoram “amar o poder”. Seja de “direita”, de “centro” ou de “esquerda”, eles estão lá, buscando se aproximar do líder na nação, pensando nas parcerias comerciais e nas relações que possam lhe ser favoráveis.
A coisa funciona assim há décadas. Os meios de comunicação de massa sempre foram espaços sedutores para ambas as partes, por sua alta rentabilidade e certa influência social.
Há uma década, aproximadamente, esse “vai e vem do poder” passava quase que despercebido pela sociedade. O público não debatia tanto sobre o cenário político e nem todos os assuntos inerentes ao Brasil ganhavam contornos politizados.
Isso não existe mais. O brasileiro, para o bem e para o mal, respira política diariamente.
A chave do poder começou a ser acionada, e os apoiadores de Bolsonaro terão que “se virar nos 30” para trabalhar na repaginada da imagem de suas emissoras.
Se no passado o vai e vem do poder era aceito, atualmente, a internet é a memória viva de que os atuais posicionamentos não serão esquecidos tão cedo.
Tudo está printado, compartilhado e retuitado…
Se tiverem coragem, boa sorte à RedeTV!, ao SBT, à Record TV, à Record News e à TV Jovem Pan na tentativa de reverter o cenário.
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Imagem [capa]: TV Brasil