O jornalista Áureo Ameno, de 92 anos, morreu neste sábado (11), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital São Lucas, na Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro, em tratamento renal.
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A informação foi confirmada primeiramente ao radialista Toninho Bondade, com quem trabalhou com Ameno por décadas. Relembre a entrevista realizada por Bondade, em 2022, feita com o radialista.
Nascido em Oliveira (MG), em 9 de julho de 1933, Áureo de Souza Ameno construiu uma trajetória marcada pela versatilidade e pela paixão pela comunicação. Advogado, jornalista e radialista, tornou-se uma das vozes mais reconhecidas do rádio brasileiro, com uma carreira que atravessou décadas e diversas gerações de ouvintes.
Sua estreia no jornalismo ocorreu de forma quase acidental, em 1954, quando, ainda muito jovem, fez uma cobertura improvisada por telefone da morte do ex-presidente Getúlio Vargas para a Rádio Globo, no Rio de Janeiro. O desempenho chamou atenção, e no ano seguinte ele foi contratado oficialmente pela emissora — dando início a uma longa e sólida carreira na comunicação.
Áureo Ameno: carreira consagrada e ligação com o Vasco
Formado em Direito pela antiga Faculdade do Catete, Áureo Ameno atuou também no Repórter Esso (1961–1966), um dos programas jornalísticos mais emblemáticos do rádio brasileiro. Trabalhou ainda na BBC de Londres, na agência United Press e passou por importantes emissoras, como Rádio Globo, Rádio Tupi e Rádio Haroldo de Andrade, onde chegou à chefia de jornalismo. Na Agência Nacional, foi responsável por importantes mudanças no tradicional programa A Voz do Brasil.
Além do jornalismo, Ameno dedicou-se ao ensino, lecionando Comunicação na Universidade Gama Filho, e conquistou o título de Doutor em Direito Penal.
Apaixonado pelo Club de Regatas Vasco da Gama, destacou-se também na crônica esportiva, acompanhando o clube em coberturas internacionais e consolidando-se como um dos nomes mais respeitados do jornalismo esportivo. Eclético, exerceu ainda mandato como vereador do Rio de Janeiro, sendo autor do projeto de lei que criou o bairro Vasco da Gama, desmembrado de São Cristóvão e abrangendo o entorno do estádio de São Januário.
No rádio, marcou presença como debatedor no quadro “Debates Populares”, do programa Haroldo de Andrade, do qual também se tornou produtor executivo após a morte do apresentador. Mais tarde, apresentou o programa “Tarde Especial”, na Rádio Canção Nova, e encerrou sua carreira como comentarista esportivo da Rádio Transamérica, função que exerceu até 2015.
Com uma trajetória de mais de seis décadas, Áureo Ameno é lembrado como um comunicador completo, que uniu informação, paixão e credibilidade — um exemplo de dedicação ao jornalismo brasileiro.
Ainda não há informações sobre o sepultamento.
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Imagem: Youtube