Análise: Troféu Imprensa se rebaixa à Globo e vira festa da firma

De fato, o Brasil não tem um grande prêmio à altura de suas produções para definir os melhores do ano. No entanto, o Troféu Imprensa sempre foi encarado como a premiação menos “chapa branca” da TV. Silvio Santos (1930-2024) sempre fez questão de reunir todos os canais na disputa, algo similarmente o que sempre almejou quando trouxe o projeto do Teleton para o Brasil.
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Também é fato que já nos tempos de Silvio, o Troféu Imprensa já tinha problemas. Há tempos, a composição do júri tem sido altamente polêmica e muito longe do que representa a nossa atual imprensa televisiva. Fazer uma premiação como nome de ‘Troféu Imprensa’ e não ter presente colunistas de Ouro Canal, da Folha de S. Paulo, e Play, de O Globo, além da ausência de sites que sacodem o mercado, como o Notícias da TV e o TV Pop é ignorar o que representa a nossa atual imprensa neste segmento.
Não bastasse a ausência sentida de colegas, ainda houve outros absurdos. Chega a ser constrangedor ver figuras do SBT que concorriam ao prêmio sentadas ao lado do júri ali esperando o voto. Indiretamente, além de ser uma cena desnecessária, acaba criando uma saia justa dispensável.
Enquanto isso, César Filho consegue vencer Tralli, Bonner e Jornal Nacional
O caso mais emblemático foi Cesar Filho observando jornalistas votarem nele e no SBT Brasil nas categorias melhor jornalista e melhor telejornal. As justificativas de alguns colegas para dar estes prêmios chega a espantar mais que os próprios votos. “Ele tirou a gravata” e “Ele passou a dar opinião”, como se estes fatores fossem uma grande novidade em telejornais no país.
Ainda houve indicações ausentes que chamaram a atenção. Ana Maria Braga e Eliana, que ainda ficou 6 meses no SBT e apresentou o Saia Justa, sequer foram para a votação de Melhor Apresentadora. Vale reforçar que são os internautas, a maioria formado por sbtistas (nome usado por fãs do SBT) que escolhem os três mais indicados.
Apesar das polêmicas, Troféu Imprensa também teve acertos
Por fim, ainda houve alguns acertos. Como as vitórias de Simone Mendes como melhor cantora, Nosso Primeiro Beijo, como melhor música, e Cariúcha, como revelação do ano.
No entanto, o SBT precisa entender que o Troféu Imprensa nunca foi encarado como a Festa da Firma por Silvio. Dar esse verniz, chamando outras emissoras na disputa, só para criar um clímax favorável a seus artistas é um erro delicado da produção esse ano. Além disso, Sílvio Santos era alheio a homenagens diretas a si. Como será que encararia o ‘Patrão’ ao ver o troféu ter sido alterado para o seu microfone?
Ou o Troféu Imprensa muda ou ficará marcado como um prêmio qualquer, como vem sendo criticado por colegas do meio e público. Afinal de contas, com raras exceções, aquele júri não representa a linha que jornalistas televisivos da atualidade trabalham. Em resumo, um Troféu nem tão imprensa assim.
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Imagem: SBT