Crítica: A correta decisão em manter Alex Escobar apenas como apresentador

Alex Escobar é um daqueles jornalistas que percorreu por todas as etapas de um bom profissional da área. Antes mesmo de tentar a profissão, o careca mais famoso da imprensa esportiva foi comissário de voo.

No rádio, ganhou notoriedade no Rio de Janeiro em 2002 ao integrar a equipe do ‘Rock Bola’, na Rádio Cidade. Com muito bom humor, trazia futebol e diversão aos ouvintes, na maioria adolescentes ou jovens.

Em 2003, a primeira oportunidade na TV. Como comentarista do SporTV, Escobar começou a fazer dupla com os principais nomes da casa.

O auge veio em 2005, quando passou a fazer parte da melhor formação do ‘Tá na Área’, formato que aos trancos e barrancos sobrevive no canal. E a partir dali, com sua irreverência nos antigos chats, fez seu nome até chegar à TV aberta, em 2009.

A queda do Vasco à série B trouxe a necessidade de buscar uma segunda equipe esportiva ao RJ, já que a Globo fez dobradinhas no futebol também aos sábados.

Sucesso no SporTV, Escobar, então nos comentários, chegou à TV Globo. Aliás, especificamente no Rio, o sucesso das clandestinas ‘gato-net’ naquele momento trouxe ao grande público o notório conhecimento de profissionais que antes tinham um alcance muito limitado à TV a cabo.

Anos depois outros desafios: Bom dia Brasil, Globo Esporte Rio e Esporte Espetacular.

O maior deles ainda estava por vir. Em 2014, uma oportunidade inesperada pelo mercado: narrar a partida entre Flamengo e Bangu, pelo Carioca. O projeto já viabilizava a entrada de Escobar ao time de narradores na Copa-2014.

Criticado por especialistas, a tentativa de apresentá-lo ao público Paulista, ainda em 2014, no jogo Sport x Corinthians rendeu uma enxurrada de comentários negativos pelo Twitter.

A decisão de se tornar narrador era uma incógnita. Audaciosa, bem verdade. Único ponto louvável era deixar a zona de conforto como âncora e apresentador. Coragem não faltou.

Entretanto, a praia de Alex Escobar não era contar a história dos jogos de futebol como narrador. A ausência de uma voz grave e vibrante, bordões equivocados e a falta de experiência na função de locutor não acrescentaram nas tentativas.

E foram muitas. Estaduais, Brasileirão, clássicos, jogos dentro do Esporte Espetacular e narrar na Rádio Globo Rio, enfim, infrutíferas oportunidades que não deixaram saudades.

Tentaram repetir em Escobar o mesmo projeto que um dia foi de Maurício Torres, falecido em 2014. A diferença é que Torres foi crescente: rádio, Premiere, SporTV, até chegar as narrações em TV aberta.

Escobar fez o caminho inverso. Começou no maior palco da narração esportiva da TV.

Diferente da última Copa, não estará no time de narradores que vão trabalhar no projeto Rússia-2018. Também não participou das vinhetas da Globo para o Brasileirão.

Se voltará a narração mais à frente, só o tempo dirá. Ao menos, continua sua impecável carreira de apresentador e âncora a nadar de braçada.

E este será o caminho para a próxima Copa: os estúdios. Local onde trabalha com tamanha naturalidade na apresentação das reportagens e no olho no olho com os telespectadores.

Imagem: Arquivo / Divulgação

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